15 DE DEZEMBRO DE 2022 – 17h30

Resistência Feminina no Jornalismo: Percursos, Lutas e Conquistas

À semelhança do que aconteceu nos diversos domínios da sociedade portuguesa, as mulheres travaram duras batalhas para conseguirem afirmar-se no campo jornalístico. Desde logo, contra uma ditadura repressiva, que lhes retirou direitos fundamentais, como pessoas e como cidadãs. Depois, lutando para conseguirem entrar nas redações e ultrapassarem os estreitos limites das páginas femininas e culturais ou os suplementos juvenis da imprensa generalista (aos quais tinham sido vinculadas), desafiando os olhares desconfiados, arrogantes e incómodos dos colegas, muitas vezes acompanhados de discursos misóginos ou paternalistas.

A tudo isso foi necessário resistir. A história das mulheres no jornalismo português é também uma história de resistências e de lutas pela igualdade de direitos, sobretudo, pelo direito ao trabalho. É feita de figuras femininas  que utilizaram os jornais e o jornalismo como forma de protesto e denúncia pública das injustiças sociais e das múltiplas discriminações que afectavam a vida das mulheres, tanto nos tempos da ditadura como em democracia. É feita das vozes e percursos de mulheres que abriram as portas da imprensa, da rádio e da televisão, conquistando espaços e lugares até então ocupados apenas por homens, mas também das que ainda hoje continuam a enfrentar outros desafios nas redações (e fora delas), numa sociedade que, no quotidiano, continua a reger-se por códigos sociais e culturais próprios de um sistema em que as relações de poder entre homens e mulheres continuam desiguais. 

A sétima sessão do Ciclo de Conferências Resistência no Feminino pretende precisamente refletir sobre este tema. Intitulada Resistência Feminina no Jornalismo: Percursos, Lutas e Conquistas, terá lugar no próximo dia 15 de dezembro, quinta-feira, às 17h30. Esta sessão contará com as intervenções da investigadora Filipa Subtil (ESCS-IPL e ICNOVA) e do investigador Pedro Marques Gomes (ESCS-IPL, HTC-NOVA/FCSH e ICNOVA), que modera, assim como com os testemunhos de Maria Antónia Palla, Edite Esteves, Sofia Branco e Carolina Reis. 


Intervenção:

Mulheres jornalistas: da cultura como resistência no Estado Novo à resistência ao neoliberalismo do presente

FILIPA SUBTIL — ESCS-IPL e ICNOVA


Testemunhos:

MARIA ANTÓNIA PALLA — Jornalista do Diário PopularO Século IlustradoVida Mundial e A Capital. Cronista do Diário de Notícias e grande repórter na RTP, onde foi responsável, em 1976, pela série documental “Nome Mulher”, conjuntamente com Antónia de Sousa. Opositora à ditadura, desenvolveu uma intensa atividade em defesa da liberdade de imprensa. Primeira mulher vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas e presidente da Caixa de Previdência dos Jornalistas. 

EDITE ESTEVES — Jornalista especializada na área do desporto. Durante 33 anos foi jornalista de A Capital, assinando a crónica semanal “A mulher e o desporto”. Aqui foi chefe de redação-adjunta, redatora principal, grande repórter, editora, colunista e cronista. 

SOFIA BRANCO — Jornalista da Agência Lusa. Foi a primeira mulher presidente do Sindicato dos Jornalistas em Portugal. Trabalhou no jornal Público durante dez anos, recebendo vários prémios por artigos publicados, entre os quais a Medalha de Ouro da Assembleia da República pelos trabalhos sobre a mutilação genital feminina.

CAROLINA REIS — Jornalista na SIC. Começou o seu percurso na secção de política do Público, integrando depois a equipa do Expresso. Acompanhou temas como o aborto, as barrigas de aluguer, a violência doméstica, a igualdade de género, os direitos LGBTIQ+ e a família.


Moderação e comentário:

PEDRO MARQUES GOMES — ESCS-IPL, HTC-NOVA/FCSH e ICNOVA


Data e horário:

15 de dezembro de 2022, quinta-feira, às 17h30 (horário de Lisboa)

Local:

Fundação Mário Soares e Maria Barroso

Rua de S. Bento, 176 – 1200-821 – Lisboa, Portugal

Modalidade de participação: 

Presencial ou online

Acesso livre e gratuito.

Assistir à gravação da conferência