30 DE NOVEMBRO DE 2022 – 16h
Resistências no feminino. Vozes e itinerários de libertação
Ao longo dos tempos e em diferentes espaços, as mulheres travaram – e continuam a travar – inúmeras batalhas para resistir a diferentes formas de violência e opressão. No entanto, é importante lembrar que são múltiplas as faces dessa resistência, assim como são variadas as razões para resistir. Trata-se de uma luta, tanto individual como colectiva, pela elevação do estatuto e dignificação do sexo feminino. Mas é também a luta de mulheres, sejam elas conhecidas ou anónimas, para libertar as suas comunidades e a sociedade das amarras de regimes opressores e de realidades socioeconómicas e culturais excludentes e discriminatórias. Na intimidade do lar ou no mundo do trabalho, na academia ou no campo de batalha, as mulheres reagem, resistem e persistem. Na raiz dessa resistência está a tomada de consciência de serem elas, nos mais diferentes tempos e espaços, as primeiras vítimas dos abusos de poder e as últimas a verem a sua dignidade reconhecida e respeitada. É necessário e urgente resgatar a memória das múltiplas e diferentes formas de resistência no feminino.
Desse modo, a sexta sessão do Ciclo de Conferências Resistência no Feminino procurará integrar diferentes formas de resistência protagonizadas por mulheres de épocas e contextos geopolíticos, sociais e culturais diversos. Falar-se-á de mulheres que resistiram à violência conjugal e às brutalidades que lhes eram impostas. Também serão trazidos casos específicos de mulheres resistentes, como o da refugiada francesa Tereska Torrès, que ficou conhecida como uma das heroínas da resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial, assim como o caso de Ana Maria Bagão da Silva Biscaia, uma jovem intelectual que resistiu ao regime do Estado Novo. Serão trazidos, ainda, os casos das mulheres líderes na luta pela libertação da Guiné Portuguesa, atual República da Guiné-Bissau, bem como o caso da resistência das trabalhadoras rurais da zona canavieira do Estado de Pernambuco, no Brasil.
Contaremos com as intervenções das doutorandas Rita Costa, Carolina Henriques Pereira, Eliane Mac Ginity, Yolanda T. N. Correia e Marcela Heraclio Bezerra, que participarão numa sessão moderada pela Prof. Doutora Irene Vaquinhas, Professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigadora do Centro de História da Sociedade e da Cultura (CHSC).
Comunicações:
Resistência feminina na violência conjugal – entre o silêncio e a insubmissão
Rita Costa: Doutoranda em História – FLUC; Centro de História da Sociedade e da Cultura (CHSC); Bolseira FCT
Refugiados e resistência feminina: o caso de Tereska Torrès (1920-2012)
Carolina Henriques Pereira: Doutoranda em História – FLUC; Centro de História da Sociedade e da Cultura (CHSC); Bolseira FCT
Ana Maria Bagão da Silva Biscaia: a jovem intelectual resiste
Eliane Mac Ginity: Doutoranda em História – FLUC
Mulheres líderes da luta de libertação nacional da Guiné Portuguesa: um olhar sobre a resistência através da bibliografia disponível
Yolanda T. N. Correia: Doutoranda em História – FLUC
Quando o fardo desagua nas forças: resistências das trabalhadoras rurais na zona canavieira de Pernambuco (Brasil, 1980-1988)
Marcela Heraclio Bezerra: Doutoranda em História – FLUC
Moderação:
Prof. Doutora Irene Vaquinhas: Professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Centro de História da Sociedade e da Cultura (CHSC)
Data e horário:
30 de novembro de 2022, quarta-feira, às 16h (hora de Lisboa)
Modalidade de participação: apenas online
Acesso livre e gratuito.